sábado, setembro 19, 2015

Sentimento anônimo




É deste sentimento sem nome
que surgem as poucas borboletas que restaram em meu estômago.
Não saber, o querer, a inquietude, a angústia, o não sentir.
Como se mantivesse tal sentimento no anonimato,
preso na parte mais escondida do meu ser.
E lá ele permanece, quietinho, aconchegante e só.
Uma vontade insanável de algo que não sei definir.
Dói me desgasta, a completa incerteza do não pertencer.
Sem paradigmas, nomeações ou descrições, como descrever o indescritível?
Um nó.
Nó que vem da garganta puxando do estômago, atordoando as pobres borboletas.
Como não lembrar? Ainda seguem as marcas deixadas pelo tempo. 
E como esquecer?
Aqui permaneço entre escritos e lembranças, todos reduzidos a pó.
Vivendo em um mundo de sonhos e fantasias,
mas é preciso virar a página e o presente viver.

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